Onde está o dinheiro investido? Você sabe qual é a composição das carteiras de investimentos recomendadas por profissionais da sua área? Em uma pesquisa na base de dados que conta com mais de 2.500 assessores e gestores de recursos independentes, apuramos a quantidade média de ativos por carteira e os tipos de investimentos, segundo três categorias de profissionais: assessores autônomos, consultores ligados às gestoras de patrimônio e family offices.
Um cliente de um consultor ligado a uma gestora tem, em média, 12 ativos em sua carteira, enquanto um investidor atendido por assessor autônomo conta, em média, com 14 no seu portfólio.
Já um family office possui, em média, 29 ativos na carteira, uma quantidade bem superior. Isso demonstra que os investidores profissionais como os family offices por possuírem um patrimônio elevado diversificam mais, colocando uma variedade maior ativos em suas carteiras .
Chama atenção a concentração existente, ao redor de 80% do dinheiro em renda fixa e multimercado.
Conforme nosso levantamento, nos fundos multimercados prevalecem as estratégias de investimentos que visam superar o CDI. Logo, elas são as principais nas recomendações e escolhas dos profissionais e grandes investidores , este último com um percentual um pouco menor — 70% dos recursos.
É na estratégia que envolve mais risco que encontramos as maiores diferenças, pois enquanto os clientes dos assessores autônomos possuem apenas 4% em ações e fundos de ações, os investidores atendidos por profissionais de gestoras contam com 11% e os grandes investidores e os family offices, 20%.
Essas diferenças indicam que os grandes investidores suportam mais a volatilidade do que aqueles que têm menos recursos. Quando o patrimônio é elevado, é possível aplicar uma parcela maior em estratégias de longo prazo – como o caso das ações - e suportar uma variação maior em suas carteiras a fim de buscarem retornos maiores no médio e longo prazo. Além disso, muitos family offices são os donos e maiores acionistas de várias empresas que abriram o capital e, portanto, possuem participações relevantes das ações de suas próprias companhias em seus portfólios.
De forma geral, os produtos de previdência não são muito recomendados por profissionais independentes. São os grandes bancos que se destacam nesse mercado.
Os clientes dos consultores de gestoras alocam 4% dos recursos em previdência, enquanto as pessoas atendidas por assessores autônomos têm 9,5%, mais do que o dobro.
Segundo apuramos, os produtos de previdência costumam ser indicados por profissionais independentes principalmente na hora de fazerem o planejamento fiscal e sucessório de seus clientes.