Anos de eleição são sempre agitados para o mercado financeiro, e esse ano não vai ser diferente. Com a disputa presidencial tão aberta entre os possíveis candidatos, fica mais difícil prever as implicações que um novo governo poderá ter na economia.
Uma mudança drástica de filosofia política, como a substituição de um presidente conservador por um reformista, deverá chacoalhar diretamente a economia e os investimentos, tanto de investidores locais como internacionais, e claro - esse impacto pode afetar diretamente as carteiras. Tanto para evitar perdas ou potencializar ganhos o melhor caminho é entender os possíveis cenários e ter rápido acesso às posições consolidadas.
Para demonstrar a influência das eleições presidenciais na economia, nós, da Smart Brain, desenvolvemos um estudo sobre o impacto dos investimentos nos períodos que antecederam em 1 ano a data da eleição e 1 ano após, para avaliar quais foram os ativos que mais se destacaram no Brasil no período das últimas seis disputas presidenciais, desde o primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso até a última eleição no Brasil, quando a então presidente Dilma Rousseff foi reeleita. Esse estudo considerou o retorno real dos ativos, ou seja, descontada a inflação do período.
Nosso objetivo com essa análise é mostrar como as questões políticas destes períodos impactaram as aplicações financeiras a fim de ajudar nas análises e decisões dos assessores e gestores de patrimônio sobre as carteiras de investimentos de seus clientes.
Análise sobre o efeito das eleições presidenciais na economia
Baseado em nosso robusto big data gerado através do Smart Advisor, ferramenta de consolidação de investimentos , destacamos dois principais pontos:
- O investimento de maior destaque positivo durante as eleições em questão.
- Os motivos principais que fizeram esses investimentos se destacarem.
Nas eleições de 1994 e de 1998, quando FHC se elegeu como presidente, os investimentos em renda fixa atrelados ao CDI foram os que mais renderam. Em 1994 o CDI valorizou-se 60,35% em termos reais e grande parte dessa alta aconteceu em função do plano Real e, no período de 98, 51,09% em função da inflação que já estava em níveis mais controlados, ao redor de 9%. Vale destacar que no início de 1999, logo após assumir seu segundo mandato, aconteceu a crise cambial e no final daquele ano o dólar andou mais que diversos ativos com valorização real de 61%.
Já nas eleições que levaram Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, o destaque foi para o Ibovespa. O índice da bolsa de valores brasileira teve alta real de 28,01% no período da eleição de 2002 e o inacreditável ganho real de 101,21% no de 2006. Na primeira eleição, apesar de haver um medo muito grande do mercado no período que antecedia a eleição, a Carta aos Brasileiros e o boom no mercado de commodities favoreceram a Bolsa. Já no segundo mandato, o período de 2006, a inflação controlada, 7,5%, o crescimento forte do consumo da classe média e a realização de vários IPOs foram os grandes responsáveis por essa valorização do Ibovespa.
Por fim, no período da primeira eleição do governo Dilma, em 2010 não houve um destaque muito positivo dos ativos. O ganho real da Bolsa e do dólar foram de 15,76% e 13,96% respectivamente, diante de um cenário onde já voltava a inflação, 12,53%. Durante a eleição para o segundo mandato da ex-presidente, em 2014, foi o dólar que subiu consideravelmente. O ganho real de 49,52% se deu principalmente porque a inflação disparou para 17,17%, o desequilíbrio fiscal já começou a aparecer de forma mais acentuada e o risco no país acelerou significativamente, intensificando ainda mais o emprego de capital em moedas estrangeiras.
Smart Brain é destaque no Canal My News - Dinheiro na Conta
Este estudo deu o que falar e foi destaque no Dinheiro na Conta, programa do canal de notícias MyNews, idealizado por Mara Luquet, jornalista e especialista em economia e finanças, e pelo publicitário Antonio Tabet, fundador dos canais Porta dos Fundos e Desimpedidos.
O programa foi apresentado pela jornalista especialista em assuntos econômicos, Thais Heredia, e contou com a participação da jornalista Renata Colombo, que deu detalhes sobre o estudo da SmartBrain. As jornalistas trouxeram a notícia de que o chamado “Centrão” iria apoiar o candidato Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e que o mercado havia respondido positivamente, em especial sobre as ações de algumas estatais, como Petrobras, Eletrobrás e Banco do Brasil.
Essa resposta de alta do mercado mediante a notícia sobre o apoio a candidatura de Alckmin foi chamada pelo canal MyNews de “Efeito Chuchu”, em uma alusão ao apelido do ex-governador paulista.
A importância da tecnologia para análises e gestão de carteiras de investimentos
Em anos de eleição, gestores, agentes autônomos e consultores de investimentos tendem a proteger ao máximo as carteiras de seus clientes da volatilidade do mercado em função dos cenários políticos. Portanto, à medida que o primeiro turno vai se aproximando, as especulações aumentam e a variação dos ativos começa a se intensificar. Para investidores mais agressivos é necessário ter mais agilidade para fazer movimentações e para os investidores mais conservadores é fundamental acompanhar se as recomendações feitas estão se comportando dentro dos limites esperados.
Nem sempre é fácil fazer este acompanhamento e garantir agilidade na análise das carteiras de seus clientes quando a turbulência do mercado começa. Nesses momentos, a tecnologia pode ser sua melhor aliada, executando diariamente os diversos cálculos de rentabilidade consolidada das carteiras e fazendo a verificação do enquadramento automaticamente, garantindo que fiquem em conformidade com o suitability de cada um.
Esta é mais uma ótima razão para acreditar na eficiência que a tecnologia traz para o mundo dos investimentos e para o seu negócio, pois seu conhecimento tem que estar voltado para a análise de cenários complexos da economia e da política, para a tomada de decisões no gerenciamento das carteiras de seus clientes e não para os trabalhos manuais e operacionais.
Em períodos de volatilidade no mercado, com agilidade e dados precisos, é possível tomar melhores decisões e fazer recomendações de investimentos mais assertivas.