A Covid-19 causou muitos impactos negativos na economia, mas alguns setores e empresas se mostram mais resistentes e têm conseguido, de certa forma, se descolar. Por exemplo, as vendas do e-commerce que já eram uma tendência e vinham crescendo no país de forma geral, deram um salto na pandemia.
Diante das medidas de isolamento e de restrições à circulação de pessoas, assim como dos fechamentos de estabelecimentos e lojas físicas para reduzir o ritmo de transmissão do coronavírus, o e-commerce tem sido a grande alternativa. Os consumidores que já estavam acostumados com as lojas virtuais passaram a procurar novos tipos de produtos e as pessoas que só compravam no offline passaram a consumir também no online.
Inúmeros negócios físicos estão em processo de digitalização. E diversas empresas de e-commerce que operavam há mais tempo, aproveitam para aumentar o mix de produtos e melhorar a logística e a experiência dos usuários nas suas plataformas. Entre as grandes, isso é notável. A Magazine Luiza (MGLU3) tem investido em centros de distribuição e vem comprando startups para aumentar a gama de serviços para seus clientes e ganhar ainda mais competitividade. A Via Varejo (VVAR3) segue em processo de turnaroud, também com foco na eficiência das suas operações e tem aumentado de forma rápida sua oferta online. Recentemente, as Lojas Americanas (LAME4) e a B2W (BTOW3) comunicaram uma possível fusão dos seus negócios “para uma nova jornada de criação de valor”.
Para matar a curiosidade, usamos o consolidador Advisor para saber a evolução de um portfólio com ações das maiores companhias de e-commerce do país. Esta não é uma recomendação de investimentos, apenas uma forma de ver o que já aconteceu.
Vamos imaginar que um investidor tivesse investido R$ 2.000 em cada uma das quatro ações abaixo em 02/01/2020, totalizando R$ 8.000:
Ação | Ticker | Investimento 02/01/2020 |
Magazine Luiza | MGLU3 | R$ 2.000,00 |
B2W | BTOW3 | R$ 2.000,00 |
Lojas Americanas | LAME4 | R$ 2.000,00 |
Via Varejo | VVAR3 | R$ 2.000,00 |
Ao longo do tempo essa carteira sofreu fortes oscilações, assim como o mercado financeiro como um todo.
Do seu início em 2 de janeiro até 26 de fevereiro do ano passado, quando foi confirmado o primeiro caso de Covid no Brasil, a carteira subia 8,88%. A partir daí foi caindo até a sua mais acentuada baixa em 23 de março, de -41,52%. Aquele mês teve intensa turbulência e acionamento do circuit breaker na Bolsa. Veja:
Após a intensa baixa, o portfólio foi valorizando rapidamente, até chegar ao pico de rentabilidade em 27 de julho do ano passado, com uma alta acumulada de 70,60%, enquanto o Ibovespa ainda perdia -12,05% . Note que os investidores que identificaram essa tendência e compraram essas ações na baixa tiveram ganhos significativos no curto período de 5 meses. Observe esse movimento:
A partir desse ponto, a carteira foi perdendo o fôlego e no primeiro dia útil de 2021 chegou a 38,36%, ainda uma performance acumulada considerável.
Vale lembrar que 2021 começou positivo para Bolsa, seguindo a trajetória de dezembro, diante da comprovação da eficácia de vacinas contra a Covid-19 e do fluxo de estrangeiros em busca de oportunidades.
Mas logo a situação voltou a se deteriorar com o aumento dos números de casos confirmados e mortes por Covid, o que levou a medidas mais restritivas de atividades e circulação de pessoas em diversas regiões. Nesse cenário, o portfólio de companhias de e-commerce também sofreu, mas se mantendo ainda no azul.
Resultado:
O desempenho da carteira desde seu começo em 2 de janeiro de 2020 até o final de março deste ano, mais especificamente até o dia 24, foi positivo, um retorno de 9,19%, acima do Ibovespa que teve uma queda de 5,49% no mesmo período.
Veja no gráfico abaixo:
Note que a escolha de uma carteira de ações é fundamental em uma estratégia de investimentos, pois pode em diversos momentos se destacar significativamente do índice de referência de mercado como o Ibovespa, que reflete uma média das ações mais negociadas na Bolsa.