Sem dúvida, 2021 está sendo um ano de muitos avanços no sistema financeiro no Brasil e no mundo. O surgimento de diversas fintechs e regulamentações mais abertas tornaram possível - e ágil- o que antes era reservado para apenas um nicho dos investidores: comprar ações internacionais.
Agora, mesmo pessoas que não têm uma experiência de anos investindo na Bolsa brasileira, ou não têm um portfólio enorme em ações e outros ativos, podem se aventurar no mundo dos investimentos offshore. Há uma série de corretoras especializadas ou locais que já operam com a Bolsa americana, permitindo esse tipo de investimento de maneira muito mais simples e menos burocrática.
Assim, os brasileiros conseguem cada vez mais comprar títulos de grandes empresas como Amazon, Apple, Google e outras. Ou, até mesmo, comprar papéis de companhias brasileiras que estão sendo listadas no exterior, como é o caso da Stone, PagSeguro, e XP Investimentos.
Investir na bolsa norte-americana é bastante interessante, afinal o mercado nos Estados Unidos é centenário e oferece múltiplas opções de empresas listadas e uma liquidez considerável.
O fato é que investir fora do Brasil também é uma maneira de diversificar investimentos. Ainda mais quando falamos do mercado norte-americano, onde há setores que nem sequer estão listados no Brasil ainda.
Embora a possibilidade brilhe os olhos de muitos investidores, é preciso levar em consideração alguns fatores antes de aportar no mercado de Wall Street.
Pensando nisso, antes de comprar suas primeiras ações offshore, separamos algumas dicas importantes - e que todo e qualquer investidor deve levar em consideração:
Pode até ser emocionante acompanhar suas ações da Amazon, por exemplo, subindo de valor. Entretanto, como qualquer carteira, seja ela de investimentos onshore ou offshore, é essencial que você fique atento não só à alocação individual de uma ação, mas ao desempenho dela em relação à carteira como um todo.
Por exemplo: se o investidor tiver cem reais e comprar quatro ações distintas por 25 reais cada, ele passa a ter um novo ativo: a combinação dessas quatro ações. Assim, esse novo ativo se comporta diferente de uma ação individual - em um cenário em que duas ações sobem e duas caem, é possível que a carteira tenha rentabilidade zero, com os ganhos das duas sendo anulados pelas perdas das outras duas.
Por isso, é essencial ter um cuidado com a montagem de portfólio, principalmente quando se monta uma carteira com ações offshore e onshore, pois uma carteira mista, que combina ações negociadas no Brasil e no exterior estão sujeitas à variação das ações aqui, às oscilações do mercado lá fora e ao câmbio como veremos a seguir.
Por mais que a tecnologia tenha facilitado o acesso ao investimento em Wall Street, nem sempre montar a carteira é algo tão simples. Isso porque além de considerar os ganhos ou perda das ações individualmente, é preciso se atentar na conversão diária das ações cotadas em dólar para reais, ou vice-versa. Tal análise é crucial para a tomada de decisões.
Afinal, é possível que o investidor compre suas ações em dólar e elas se valorizem. Boa notícia, certo? Nem sempre, porque ainda falta avaliar as variações cambiais, pois uma desvalorização da moeda pode anular a alta das ações, por exemplo. Ou o contrário, uma valorização do dólar, também pode ocorrer e gerar uma rentabilidade ainda maior em reais.
Para investir em uma carteira mista é necessário fazer a conversão para uma única moeda a fim de comparar com precisão ganhos e perdas e poder tomar decisões corretas
Quando a carteira do investidor contém apenas ações locais, os custos já são conhecidos. Há uma taxa da corretora, os emolumentos da Bolsa e os impostos locais. Entretanto, para fazer esse tipo de transação nos Estados Unidos, é preciso ficar atento.
Isso porque há outros custos envolvidos nas operações offshore, especialmente por questões de câmbio. Então, além de levar em conta os valores da corretagem e impostos, é preciso colocar na ponta do lápis o valor da transferência de recursos como o fechamento de câmbio e taxas adicionais.
Acima, mostramos três questões que às vezes são deixadas de lado e podem causar surpresas nos investidores que buscam alocar em ativos no exterior.
Manter sua carteira de investimentos controlada, com acompanhamento constante é um essencial para poder fazer análises precisas. Por isso, quem for investir lá fora precisa ter esses conceitos claros, bem como acesso à ferramentas ágeis e fáceis que possam ajudar a analisar e interpretar a performance dos ativos.
Dessa forma, o investidor consegue tomar decisões que geram maior rentabilidade - sem levar um susto na hora de calcular seu retorno.