No mercado financeiro, há diversos profissionais qualificados que oferecem suporte aos investidores, como analistas, consultores, planejadores, gestores de patrimônio e bankers, mas existe também aquele amigo que sempre está disposto a dar aquela famosa dica ou compartilhar táticas mirabolantes adotadas por megainvestidores que ele ouviu falar.
Um conselho de um amigo ou uma receita vencedora de alguém podem não ser adequados ao seu perfil, realidade financeira, fase de vida e propósitos, ou seja, representam sérios riscos. Então, descartado esse caminho das dicas “fáceis”, como escolher um consultor especialista que te ajude a investir em ações?
Na hora de escolher um consultor, primeiramente você deve fazer uma autoanálise, isso porque as ações permitem uma série de estratégias. Então, é necessário ter claros em mente quais são seus objetivos, ou seja, o que você pretende obter com sua parcela de ações na carteira de investimentos. Qual é o seu estilo?
As ações podem ser encaradas como aplicações de curto ou médio prazo, perseguindo ganhos com movimentações mais ágeis, isto é, compras e vendas em períodos menores - dias, semanas ou meses, e nestes casos, o risco é intensificado. Ou as ações podem ser tratadas como um investimento a ser levado a longo prazo e, como as metas são colocadas em uma janela temporal maior, as oscilações nos preços dos papéis no curto prazo não perturbam tanto.
Há quem prefira ainda uma estratégia de longo prazo mais defensiva, com foco no recebimento de dividendos, buscando empresas que distribuem parcelas mais gordas de lucro aos acionistas. Outro artifício que pode ser adotado é o reinvestimento dos dividendos, isto é, usar esses recursos em compras adicionais de ações para potencializar o crescimento do patrimônio. Estas duas últimas alternativas costumam ser ligadas a investimentos de bastante longo prazo e com caráter até de planos de aposentadoria, com potencial de valorização do ativo e geração de renda.
Portanto, depois de avaliar seu objetivo, pesquise, entre em contato com profissionais de investimentos e abra o jogo. Pergunte se eles têm as capacidades técnicas para montar a estratégia que você quer e ajudá-lo a atingir suas metas.
Essa seleção deve ser criteriosa, afinal você manterá relacionamento muito próximo com o consultor. No dia a dia, ele esclarecerá suas dúvidas e te auxiliará a monitorar a carteira, recomendando ajustes periódicos ou trocas de algumas ações no seu portfólio. Vocês se conversarão bastante e terão reuniões frequentes.
Neste processo, além do seu consultor, fique atento à escolha dos analistas que avaliam as oportunidades de investimentos e que trabalham em complementaridade com seu consultor de investimento. Isto porque existem diversos tipos de análises, research e estudos a respeito das empresas e do mercado. Existem empresas e instituições financeiras com equipes próprias de analistas e existem também casas de análise independentes que provêm diversos tipos de relatórios e estudos. A expertise, formação e certificação dos analistas de ações também são fundamentais na hora de estruturar uma carteira.
Nos investimentos em ações, você precisa considerar que existem duas modalidades de análises, a fundamentalista e a técnica ou gráfica.
A primeira foca em estudos e dados econômicos e nos balanços das companhias, mas especificamente, as informações contábeis das empresas como receita, lucro, fluxo de caixa, composição de endividamento, além de níveis de produção, investimentos, expectativas para o setor onde atuam entre outros. Já a análise técnica olha os movimentos de mercado, os históricos de preços e volumes das ações e, utilizando cálculos de probabilidade estatística, identifica em gráficos gerados os padrões para o comportamento dos preços.
Investir em ações não é complicado e você não precisa ter receio. Dependendo da estratégia que segue, o risco pode ser baixo. Basta saber o que está fazendo e ter uma assessoria de um consultor e analistas qualificados para entenderem seu perfil, necessidades e objetivos.