O ano de 2020 sido um ano bastante atípico em relação ao perfil dos investidores na Bolsa. Enquanto o fluxo de pessoas físicas segue positivo - ao contrário do que aconteceu em outros momentos de crise e alta volatilidade no mercado, os investidores estrangeiros continuam com posição vendedora, apesar da maior procura no último mês.
O que chama a atenção é que em novembro , os estrangeiros investiram R$ 32,67 bilhões em ações de companhias brasileiras, maior entrada para o mês desde 1995. Na verdade, esse movimento não foi somente para o Brasil, que possui a Bolsa com maior liquidez na América do Sul, mas para os principais países emergentes de uma forma geral, que estavam atrasados em relação aos países desenvolvidos. Houve ainda uma tendência de menor aversão ao risco.
Os fatores que motivaram os gringos a investirem por aqui no mês passado são o otimismo em relação aos avanços das pesquisas de vacinas contra o coronavírus, os diversos resultados corporativos do terceiro trimestre acima das expectativas, demonstrando o reaquecimento da economia e principalmente a oportunidade de ganhos, pois Bolsa brasileira ainda está barata em dólar.
A preferência dos estrangeiros em novembro foi por blue chips tradicionais, especialmente de commodities e setor financeiro – Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), siderúrgicas e ações de grandes bancos. Os gringos buscaram ações descontadas. De modo geral, houve uma rotação de portfólios em direção a segmentos que estavam defasados em relação a outros, sobretudo as companhias de e-commerce, que já tinham andado bastante.
Porém, essa grande entrada de dinheiro gringo na B3 em novembro foi bastante responsável pela alta de 15,9% do Ibovespa, mas não foi capaz de reverter o saldo negativo acumulado de investimentos nos meses anteriores.
Outro ponto interessante é que em 2020 os estrangeiros foram bastante atuantes em IPOs e follow-ons, com mais de R$ 27 bilhões no ano.
Novembro de 2020: saldo positivo de R$ 32,67 bilhões
Acumulado do ano até novembro:
IPOs e follow-ons: entrada de R$ 27,21 bilhões
Mercado secundário: saldo negativo de R$ 52,21 bilhões
Assim, a posição acumulada em 2020 é vendedora em R$ 25 bilhões, considerando IPOs, follow-ons e operações no mercado secundário.
*com dados atualizados em 1/12/2020
A forma como o fluxo de dinheiro no mundo se altera impacta na Bolsa aqui no Brasil. Portanto, fique atento aos movimentos.
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