Na segunda parte de nossa entrevista, Rafael Ramos, da Valor Capital, fala um pouco a respeito dos modelos de atendimento ao investidor nos dias de hoje, e sobre as perspectivas desse mercado e profissão, que cresce cada dia mais.
Qual modelo de serviço acha mais eficiente. AAI, consultor, gestor ou planejador financeiro?
Sobre o modelo de atendimento. Creio que o melhor é o que te deixa mais próximo do cliente. Prefiro não colocar um carimbo entre Assessoria, consultor, gestor, mas sim, pegar um pouquinho de cada para que você fique cada vez mais próximo do cliente. Proximidade traz confiança, e confiança te torna referência para o cliente. Dessa forma, lhe traz uma maior probabilidade de fazer negócios assertivos e vencedores aos olhos do cliente.
Qual as perspectivas que vê para o mercado de assessoria de modo geral?
Para os próximos anos, eu vejo um mercado em grande expansão, se profissionalizando, e sendo cada vez mais regulamentado. Vejo também o modelo de assessoria com maior relevância no segmento de pessoa jurídica também, seguindo o sucesso com pessoas físicas. O próprio conceito de Open Banking pode trazer uma flexibilidade e um nível de relacionamento diferente também, principalmente quando se fala de PJ. Isso tende a trazer mudanças também para o mundo da assessoria. Hoje faço justamente esse atendimento de clientes PJ dentro do escritório, desde o segmento Middle Market até o segmento Corporate, e vejo esse modelo de assessoria, conseguindo trabalhar com muito mais flexibilidade. Quando falamos de investimentos nós somos exclusivos XP, já quando falamos de crédito, não há uma exclusividade no atendimento através de uma única plataforma, eu não preciso ser exclusivo XP. Então, isso me abre um leque enorme, e posso buscar em várias instituições, o melhor para meu cliente, ou seja, um preço mais competitivo, buscando o produto que mais se encaixa dentro da demanda do cliente. Eu consigo checar com diversos parceiros, entre bancos e fundos, aquele que tem maior apetite para dar crédito efetivamente na ponta final para uma empresa. Outro mercado é o de capitais que tende a se abrir no Brasil de maneira muito ampla. Vemos nos grandes bancos esses produtos serem mais direcionados para as grandes e maiores empresas. Já fora desses grandes bancos, é possível ver uma estruturação de debênture, CRI ou um CRA, em tamanhos muito menores. Então, através da assessoria, você consegue também proporcionar o acesso a esse mercado para empresas menores, o qual antes era dominado basicamente pelos grandes bancos e grandes empresas. Mais um motivo para a grande expansão desse modelo.
Conseguimos ter uma ideia com nosso bate papo, de alguns motivos que levam o profissional a migrar para essa carreira de agente autônomo, a qual foca na sustentabilidade de sua carteira de clientes e na necessidade dos mesmos. Vemos que ainda há muito espaço para sua expansão, que só tende a crescer, e melhorar cada vez mais o atendimento ao cliente final.