Renda Variável

O crescimento de investidores em fundos de ações

A alocação em fundos de ações ainda é baixa frente a indústria de fundos de investimentos, mesmo com a captação crescente dos últimos anos.


O debate sobre investimentos em ações e o potencial avanço do Ibovespa se intensificaram. Em diversos sites, portais de notícias e nas redes sociais, os assessores de investimentos, analistas, especialistas em educação financeira e até gestores de fundos de ações têm explicado as características e vantagens deste tipo de investimento e comentando sobre os papéis de companhias mais promissoras.

Com a taxa básica de juros da economia em patamar histórico mais baixo, faz sentido correr mais riscos nos investimentos para obter maiores retornos. Já nos períodos de Selic elevada, fica muito difícil competir com as rentabilidades oferecidas pela renda fixa.

Apesar de acumular alta no ano, a Bolsa de Valores tem tido oscilações por causa do andamento da Reforma da Previdência no Congresso. No entanto, a expectativa dos agentes de mercado é que ela será aprovada, mesmo que “desidratada”, gerando menos economia do que a proposta inicial do governo, e que também saiam outras medidas para fazer o PIB avançar nos próximos anos. 

Além disso, para enfrentar a maior recessão que o País teve entre 2015 e 2016, muitas companhias listadas na bolsa cortaram custos, inovaram e modificaram processos para se tornar mais eficientes e, assim, estão preparadas para crescer e avançar nos seus resultados com a retomada da economia.

Investimentos em fundos de ações

Nesse cenário, em abril de 2019, o número de investidores na Bolsa bateu recorde, superando a marca de um milhão, um crescimento de cerca de 50% em um ano, mas os brasileiros ainda aplicam pouco em ações.

Considerando o patrimônio líquido total da indústria de fundos de investimentos brasileira que já alcançou R$ 4,8 trilhões, a participação dos fundos de ações é de somente 7,03% ou R$ 333,9 bilhões, segundo dados de abril da Associação Brasileira das Entidades dos Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima).

Apesar de hoje haver o maior volume financeiro histórico de aplicações em fundos de ações, a parcela desta categoria está dentro da média histórica, que é de 5% a 7%.

Veja a trajetória do patrimônio líquido (PL) dos fundos de ações em reais:

Patrimônio Líquido dos Fundos de Ações no Brasil

Fonte: Anbima e Estudo: SFA Investimentos

 

E também a participação (%) dos fundos de ações no PL total da indústria de fundos de investimentos:

participação (%) dos fundos de ações no PL total da indústria de fundos de investimentos

Fonte: Anbima e Estudo: SFA Investimentos


Conforme os gráficos, a participação dos fundos de ações caiu bastante no período da maior recessão do País, entre 2016 e 2017, também marcado por uma trajetória de alta da taxa de juros, que chegou a atingir 14,25% ao ano.

À medida que a atividade econômica foi reagindo e a Selic diminuindo, a participação dos fundos de ações voltou a subir gradativamente.

 

O crescimento de investidores nos fundos de ações  

Segundo analistas, a parcela de fundos de ações pode mais do que dobrar nos próximos anos. Essa análise está baseada em dois fatores:

Primeiro, com base no histórico, este percentual já atingiu o pico de 14% em 2007. Naquele ano, o PIB teve crescimento de 6,1% e houve um boom de IPOs (ofertas iniciais de ações).

O segundo fator é a análise com base na alocação dos grandes investidores assessorados por consultores independentes. Embora os investimentos na bolsa ainda sejam incipientes de maneira geral, a parcela dos grandes investidores dos segmentos alta renda e private em Bolsa tem aumentado. A pesquisa Big Data Smartbrain revela que em maio de 2019, a participação de ações e fundos de ações nas carteiras destes investidores alcançou o patamar de 13,5%.

 posição maio

                fonte: Big Data Smartbrain

 

Portanto, se os investidores de forma geral tiverem o mesmo comportamento que os grandes investidores, a alocação em Bolsa pode atingir novamente o pico de 14% do total de recursos na indústria, o que significa um ingresso de mais de R$ 300 bilhões.

 

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