Renda Variável

Diferenças entre volatilidade e risco

No mercado acionário, nem sempre a volatilidade é sinônimo de risco.


Volatilidade é uma medida estatística que indica a frequência e a intensidade das variações no preço de um ativo ao longo do tempo. Quanto mais intensas as flutuações, mais assustador e arriscado torna-se um investimento.

Mas por que a volatilidade é associada ao risco? Simples, porque se você precisar do dinheiro investido poderá resgatar menos do que investiu em um momento de queda intensa na cotação do ativo no mercado.

É preciso analisar com critério a questão da volatilidade ao investir em ações. Para isso, primeiramente vamos imaginar que você dificilmente precisará resgatar seu investimento. Portanto, a necessidade de liquidez está descartada e assim tiramos a variável “tempo” de nossa equação. Apesar disso parecer um pouco esquisito, seria o mesmo que investir em um imóvel para mantê-lo por 10 ou 20 anos com foco no rendimento do aluguel.

Agora, vamos considerar que seu ativo é uma empresa e não uma ação negociada em bolsa com precificação diária. Se esta companhia for bem administrada e rentável, assim como pode ser a sua empresa caso você seja um empresário, é natural que ao longo do tempo ela irá gerar cada vez mais lucros, que serão parcialmente distribuídos para você na forma de dividendos - o equivalente ao aluguel, conforme a hipótese do imóvel. A outra parte dos ganhos será reinvestida nos negócios da companhia, levando a resultados ainda maiores.

Considerando como plenamente reais essas duas premissas acima, qual é a relevância da variação do preço do seu ativo (ações da empresa) em um determinado período? Qual a importância desta volatilidade se você receber os dividendos todos os anos e se esses dividendos ainda forem crescentes ano após ano?

Provavelmente você já deve viver esta situação. Se for um empresário, dono de uma empresa que não tenha ações negociadas na bolsa ou alto executivo, já sabe que recebe dividendos, salários ou bônus em função da performance positiva da companhia e não do valor dela no mercado.

Assim, quem pretende investir em ações em um horizonte maior, com foco na renda dos investimentos realizados, pode transformar a volatilidade em uma aliada e não em um componente de risco. Essa é a estratégia adotada por grandes investidores em ações que têm perfis de longuíssimo prazo.

A volatilidade está ligada a diversos fatores. É preciso compreender os motivos que causam as variações de preços das ações das empresas investidas, se estão ligados aos próprios negócios das empresas ou relacionados ao humor do mercado, que se altera constantemente por condições econômicas, políticas, internacionais e até comportamentais dos investidores.

É essencial selecionar companhias com fundamentos consistentes, aquelas que têm alta capacidade de geração de resultados, nível de endividamento sob controle e que estão bem posicionadas em seus setores de atuação. O desempenho dos seus gestores é também um aspecto que precisa ser cuidadosamente avaliado.

Portanto, entender a volatilidade é fundamental no processo de investimentos. Ao avaliar que apesar das flutuações nos preços de determinadas ações, as atividades e os planos de expansão das companhias permanecem sólidos e com alto potencial, a volatilidade pode ser vista como uma oportunidade de aumentarem a participação nesses negócios e não de entender que é o momento de vendê-las porque houve um fator de variação causado por questões que pouco mudarão a rotina do negócio que a empresa faz. Em situações inversas, se houver indícios de deterioração nos fundamentos das empresas, independente da volatilidade de seu preço, devem estudar os melhores momentos para reduzir posições.

 

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