Estamos atravessando uma crise sem precedentes. O coronavírus tem efeitos negativos na saúde e as medidas adotadas de distanciamento social e de restrição da circulação das pessoas para o achatamento da curva de contágio também causam retração na economia real.
Diante das incertezas, é forte a turbulência no mercado financeiro e muito se fala sobre a queda na Bolsa, a baixa nos preços dos ativos e a perda de rentabilidade dos investimentos.
Nesse cenário desafiador, um estudo que fizemos com exclusividade para a CNN Brasil já havia demonstrado que carteiras dos investidores que contam com assessores de investimentos, consultores e gestores de patrimônio sofreram menores quedas desde a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil. A explicação para isso é a maior diversificação dos investimentos, com uma diluição significativa dos riscos
Agora, o nosso levantamento Big Data revela qual foi a estratégia dos investidores que conseguiram retornos positivos com seus portfólios, entre 26 de fevereiro, o estopim da crise do novo vírus no país, até o final de março. O levantamento foi feito com base nos dados da nossa plataforma de consolidação de investimentos, que processa 210 mil extratos diariamente, somando mais de R$ 120 bilhões.
Entre todas as carteiras analisadas, 11,40% tiveram desempenhos positivos, sendo que a rentabilidade média foi de 1,14%. Nesse intervalo de tempo, o Ibovespa despencou 30,93% e o CDI foi 0,37%.
Ativos | Participação na carteira média |
CDBs, LCIs e LCAs | 56,66% |
Fundos Multimercado | 21,72% |
CRIs/CRAs/Debêntures | 11,56% |
Fundos de Renda Fixa | 5,43% |
Títulos do Tesouro | 3,29% |
Fundos de Previdência | 0,44% |
Fundos Imobiliários | 0,33% |
Fundos Cambiais | 0,27% |
FIDCs | 0,12% |
Fundos de Ações | 0,10% |
Ações | 0,06% |
Caixa | 0,01% |
Total | 100,00% |
Nas carteiras que tiveram desempenhos positivos, se destacam os investimentos em renda fixa, com maior participação dos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), tanto os atrelados ao CDI quanto aos índices de inflação (IPCA e IGPM).
Outro ponto que chama a atenção é a parcela expressiva de 21,72% dos fundos multimercado. De forma geral, apesar desta modalidade ter apresentado muitas quedas no período, as estratégias de alguns gestores performaram bem, especialmente aquelas com baixa participação de ações no período analisado.
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