“E agora? A Bolsa caiu!” ou “A Bolsa está derretendo!” Essas são expressões comuns quando a Bolsa apresenta queda e o medo da perda se materializa.
E se você quiser saber, isso acontece mesmo, pois, sempre em algum momento a Bolsa cairá.
Mas, para quem investe em ações com foco no longo prazo, este deve ser apenas um ponto de atenção e não algo tão aflitivo que perturbe o sono. Essa discussão está se tornando ainda mais importante porque o número de investidores na Bolsa é crescente, sendo que muitos estão começando agora nesse mercado. E esse fluxo deve se intensificar, pois com a taxa Selic em sua mínima histórica e diante da possibilidade de novos cortes, os ganhos com investimentos em renda fixa encolhem e será preciso recorrer a outras alternativas com potencial de maiores rentabilidades, entre elas, as ações.
Existem diversas estratégias para investir em ações. Apenas para citar algumas, destacamos aqueles que investem para fazer day trade; aqueles que investem em carteiras semanais ou mensais; aqueles baseados em análises técnicas e estatísticas; aqueles que investem baseados em notícias de curto prazo, em eventos “event driven”, em estratégias Long & Short e também em longo prazo.
Não há estratégia melhor ou pior, o que é realmente importante é conhecer a linha de investimento escolhida profundamente, avaliando seus riscos, as possibilidades de retorno e, principalmente, saber executá-la.
Aqueles que investem com foco em uma análise fundamentalista com visão de longo prazo, veem na empresa - e não na variação do preço da ação, a sua principal fonte de retorno. Ou seja, se a empresa vai bem, ela aumenta as distribuições de dividendos e a chance de valorização de suas ações e, consequentemente, a possibilidade de se obter mais retorno.
Nesta estratégia, o foco da análise é a capacidade da empresa de crescer suas receitas, margens e lucros. Para tal, é necessário estudar se a empresa está sendo bem administrada, se está tendo sucesso na venda de seus produtos e serviços, se aumentou sua eficiência operacional, se conquistou novos mercados, seus planos de investimentos, sua alocação de capital, se está fazendo fusões e aquisições, enfim, uma série de fatores ligados às atividades da empresa e sua capacidade de aumentar receitas e lucros. E quando se analisa isto, sabe-se que as conquistas não se dão em alguns dias ou poucos meses, mas em anos. Ou seja, as estratégias empresariais levam um horizonte de tempo mais amplo para se concretizarem.
Então, investir com foco no longo prazo, é estar menos preocupado com a oscilação diária do mercado, que é afetada por eventos pontuais de curto prazo como notícias, declarações políticas, índices econômicos sazonais, fatores macro, etc, para focar em itens que realmente podem afetar a atividade e lucratividade da empresa investida. Ao se adotar esta postura, a oscilação virá uma aliada e não uma inimiga.
Ao separar o joio do trigo, ou seja, saber que a Bolsa está caindo por fatores de fluxo e/ou por notícias que não afetam diretamente a empresa que você está investido, é o momento ideal para você poder comprar ainda mais barato aquele negócio e não sair vendendo porque a queda da ação foi de 5, 10 ou 15 por cento.
Comprar bons ativos por preços justos ou baratos é a fonte de alavancagem do retorno do seu investimento. Quanto mais você conhecer a empresa maior será o seu conforto de aumentar ou de iniciar uma posição quando houver uma queda do preço das ações na Bolsa e maior será a possibilidade de obter retorno no longo prazo.
Portanto, neste momento de Bolsa no “High”, em vez de achar que haverá uma alta eterna, lembre-se de estudar bem as empresas, saber bastante sobre seus negócios, seus executivos e o que eles fazem para aumentar seus lucros. E se a Bolsa cair, aproveite para fazer compras atrativas com visão de longo prazo.