Os fundos multimercados têm se destacado entre as alternativas “queridinhas” dos investidores para a diversificação das carteiras. Diante do grande leque de produtos nos bancos e corretoras, é essencial fazer boas análises para escolher os melhores e saber quais são os riscos embutidos.
Segundo o estudo Big Data SmartBrain, os multimercados ocupam, em média, mais de 45% dos portfólios e, de acordo com a Anbima, essa modalidade teve a maior captação líquida nos dois primeiros meses de 2021, de R$ 9,8 bilhões, seguida por fundos de ações.
Essa é uma questão importante que todo investidor deve ficar atento. E nos multimercados, o desafio é grande, pois existem várias subcategorias.
Os multimercados tipo macro mesclam diversos tipos de ativos no Brasil e no exterior, baseando suas operações em cenários macroeconômicos no médio e longo prazo; os trading fazem operações com variadas classes de ativos e buscam ganhos aproveitando as oscilações de preços, e os long and short realizam operações com ativos de renda variável e derivativos buscando assimetrias entre posições compradas e vendidas. Há também os multimercados de juros e moedas, que buscam retornos com ativos e futuros de renda fixa, índices de preços e moedas estrangeiras e ainda os fundos livres, que têm liberdade na composição das carteiras. Lembrando que hoje existem também fundos que operam criptomoedas, que têm altíssima volatilidade.
Os fundos multimercados, em sua maioria, possuem alavancagem. Com o uso de alguns instrumentos financeiros como opções e contratos futuros, eles mantêm posições com valores superiores aos seus patrimônios. Isso é uma das maneiras de operar para entregar retorno. Vale ressaltar que a alavancagem pode potencializar ganhos, mas por outro lado, ampliar as chances de perdas - caso as táticas não tenham êxito.
E dentro dessas subcategorias, cada gestora atua de forma muito específica, seguindo filosofias próprias na escolha dos ativos e movimentações. Por isso, além de ler os principais documentos dos fundos, que são as lâminas e regulamentos, é importante saber, com a ajuda de um assessor de investimentos, a composição de cada carteira e os riscos envolvidos.
De forma geral, os multimercados buscam, no mínimo, bater o CDI – o principal indexador utilizado.
Antes, quando a taxa de juros da economia era alta, os fundos que entregavam rentabilidades de 120% a 150% do CDI satisfaziam os investidores. Por exemplo, quando a Selic estava em 10% a.a., retornos de 12% a 15% eram excelentes.
Mas, atualmente, 120% a 150% do CDI representam apenas 2,40% a 3% de rentabilidade no ano. Mesmo uma rentabilidade de 200% do CDI, significa 4% ao ano e não é um retorno tão alto como no passado.
Olhando pelo lado do risco, principalmente agora, é preciso saber o que os gestores estão fazendo e quais os riscos incorridos para darem uma rentabilidade condizente com seus objetivos, pois as duas vezes do CDI de hoje não é igual ao retorno do CDI do passado.
Além de fazer pesquisas e consultar um agente autônomo ou consultor de investimentos como dissemos inicialmente, é interessante usar um consolidador de investimentos, pois, com ele, é possível monitorar a relação entre o risco e retorno do seu fundo multimercado e da sua estratégia com vários fundos dessa classe na sua carteira.
Vamos supor um investidor que tenha aplicado valores iguais de R$ 1.000 em quatro fundos multimercado de diferentes subcategorias no primeiro dia útil de março de 2020.
Em 3 de março deste ano, o desempenho acumulado foi de 6,10%, acima do CDI de 2,38% no período de um ano.
Neste caso, a estratégia de multimercados teve uma rentabilidade de 6% em 12 meses, sendo que no mesmo período a volatilidade, isto é, o risco foi de 5% - o que indica o quanto se afastou da média no período para cima e para baixo.
Então, para atingir esse retorno de 6%, em algum momento o investidor teve o seu portfólio de fundos multimercados caindo 5%.
Usando o consolidador, também é importante olhar as contribuições de cada fundo no resultado da carteira.
Então, como você viu, todos esses dados ajudam bastante para melhores decisões de investimentos e garantem mais clareza sobre os riscos incorridos ao longo do tempo.
Assim, investidores como você podem checar se as estratégias estão realmente alinhadas aos seus perfis, grau de tolerância a perdas e necessidades.
Ao assumir o controle dos investimentos, com informações completas, precisas e automáticas, tudo fica mais fácil.