A sigla ESG é um tema em alta, bastante presente em debates e análises em diversas redes sociais e nos jornais.
Ela faz parte do chamado capitalismo consciente e como as empresas lidam com questões ligadas ao meio-ambiente (Environmental), sociedade (Social) e governança corporativa (Governance).
Vários estudos têm mostrado que a atuação sustentável e a boa reputação tendem a aumentar o valuation das companhias ao longo do tempo.
De forma geral, os pilares ESG agregam mais valor às empresas por diversos motivos como uso eficiente de recursos naturais, posicionamento empresarial mais claro e maior engajamento dos colaboradores, consumidores e outros públicos, gerenciamento de riscos, além da maior disposição para inovações e ganho de vantagens competitivas.
Veja os principais itens ESG:
Environmental
|
Medidas de ecoeficiência |
Controle da emissão de gases de efeito estufa |
Gestão de resíduos, lixo e reciclagem |
Social
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Desenvolvimento de pessoas, atração e retenção de talentos |
Preocupação com a qualidade de vida e questões de inclusão e diversidade. |
Projetos sociais e incentivo ao voluntariado |
Corporate Governance
|
Transparência e prestação de contas |
Gestão de riscos |
Compromisso com direitos e geração de valor aos acionistas |
Como um exercício - e não uma recomendação, montamos uma carteira diversificada com ações de empresas comprometidas com os pilares ESG para ver o seu desempenho neste ano complexo e de alta volatilidade na Bolsa.
O portfólio que simulamos possui ações de companhias de diferentes setores que fazem parte do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) e/ou do MSCI Brazil ESG Leaders, índice da Morgan Stanley Capital International. Vamos supor que um investidor tivesse investido R$ 2.000 em cada uma delas, ou seja, um aporte inicial de R$ 16.000 em 2 de janeiro de 2020, o primeiro dia útil do ano.
Companhia |
Ticker |
Itaú Unibanco |
ITUB4 |
Natura |
NTCO3 |
Lojas Renner |
LREN3 |
Cemig |
CMIG4 |
Movida |
MOVI3 |
Weg |
WEGE3 |
KLabin |
KLBN11 |
B2W |
BTOW3 |
Evolução da carteira
O que chama a atenção é que essa carteira com ações de empresas que seguem critérios ESG performou acima do Ibovespa desde o início.
Mesmo no epicentro da crise da pandemia do coronavírus, em março, o desempenho do portfólio ficou acima do principal índice da bolsa. No dia 26/03, enquanto o Ibovespa acumulava uma perda de 46,39%, a desvalorização da carteira era de 37,99%.
Passado o período mais crítico da Covid-19 e à medida que as atividades econômicas foram reabrindo, esse conjunto de empresas ESG demonstraram reação positiva rápida. No dia 28 de outubro, chegou a um retorno acumulado de 18,48%, contra -14,81 do Ibovespa.
Do final de outubro até o início de novembro, principalmente diante de fatores externos como a segunda onda de Covid-19 em diversos países da Europa e a necessidade de novos lockdowns, assim como das incertezas quanto às negociações no Congresso americano para a aprovação de um novo pacote de estímulos e aos rumos das eleições presidenciais nos EUA, a carteira veio sofrendo desvalorizações. Ainda nesse contexto turbulento, em 3 de novembro, o portfólio tinha uma rentabilidade de 10,10%, superior ao Ibovespa, com uma queda acumulada de 19,05%. Então, o ganho financeiro foi de R$ 1.616, totalizando R$ 17.616.
Essas companhias que seguem boas práticas de sustentabilidade e governança, se destacam em seus setores e se sobressaem em relação ao Ibovespa.
As questões ESG estarão cada vez mais presentes. E a pandemia do coronavírus revelou que várias empresas engajadas com essas causas, tiveram bons resultados e ganharam mais valor e reconhecimento de suas marcas.