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Scraping, RPA e APIs: extração, integração de dados e Open Banking

Scraping, RPA e APIs são formas de acessar, extrair e integrar dados no setor de investimentos. Saiba as diferenças e entenda também sobre Open Banking.


“Dados são o novo petróleo” – esta é uma citação famosa de Clive Humby, matemático londrino, especializado em ciência de dados. Segundo ele, os dados são valiosos quando bem tratados e estruturados, principalmente porque cada vez mais as nossas atividades do dia a dia estão em ambiente digital. 

Nesse contexto, não poderia ser diferente: as soluções oferecidas aos investidores têm um fluxo crescente de informações e conexões entre diversos sistemas e plataformas.    

A integração de dados também é um tema de relevância por conta do Open Banking, que segue o conceito de economia aberta. A lógica é que dados bancários e financeiros são dos clientes e não das instituições financeiras. Então, mediante autorização prévia dos clientes, haverá compartilhamento dos dados, produtos e serviços pelas instituições financeiras e outras instituições, por meio de integração de plataformas e infraestruturas tecnológicas, respeitando os princípios de agilidade, segurança e conveniência. 

Existem diversas formas para obter dados de uma instituição e usá-los dentro de uma plataforma no setor de investimentos, sendo que as principais são Paradigmas anteriores (ETL, Scraping), RPA e APIs. 

 

Paradigmas anteriores (ETL e Scraping) e RPA

O ETL (Extract, Transform and Load), como o próprio nome diz, é um tipo de integração em três etapas (extração, transformação e carga) comumente utilizado para combinar dados vindos de várias fontes de informação. Nesta abordagem, os dados são extraídos de um sistema, passam por processos de conversão e depois são inseridos no sistema destino. 

Dentro do setor de investimentos, é comum uma instituição exportar arquivos em formato texto, transmitir para outra instituição que possui sistemas que fazem a conversão necessária e, então, carrega as informações no sistema de destino. Conhecido como processo de troca de arquivos, este modelo é utilizado entre empresas que possuem algum tipo de parceria ou interesse mútuo na troca destas informações. 

Já o Scraping é uma técnica comumente utilizada para coletar dados de sites na Internet. Este método consiste em utilizar softwares que fazem a “raspagem” de informações das telas, copiando-as para outros sistemas. O uso desta técnica é capaz de saturar servidores do site de uma instituição e torná-los indisponíveis para seus clientes. O uso desta técnica está associado ao fato de uma instituição financeira não disponibilizar algum meio de integração formal.  

Embora as ferramentas de RPA (Robotic Process Automation) tenham similaridade com as técnicas de “raspagem” de tela, elas são muito mais avançadas em termos de funcionalidades, pois os processos RPA são construídos desenhando processos/treinando um robô para realizar a tarefa como um ser humano faria no lugar de utilizar codificação complexa para atingir este objetivo. 

Muitas vezes, a utilização de scraping ou RPA não é vista com bons olhos pelo detentor das informações e, por conta disso, esses métodos devem ser observados com cuidado. Hoje, para que algumas fintechs ou aplicativos financeiros acessem e extraiam informações por meio dessas duas técnicas, os usuários precisam compartilhar o login e a senha das suas contas nos bancos e corretoras. Na prática, é como se os usuários dessem uma procuração, o que pode representar riscos de segurança. 

 

APIs (Application Programming Interfaces ou Interfaces de Programação de Aplicativos)  

Quanto às APIs, não se trata de um conceito novo. São códigos desenvolvidos pela indústria de software, que funcionam como pontes para que aconteça a troca de informações entre sistemas, mesmo que eles tenham linguagens de programação diferentes. As APIs permitem que sistemas “conversem” entre si.  

Hoje em dia, as tão faladas APIs são, na verdade, a Web APIs ou APIs REST, acessadas através de protocolo web, isto é, no http que a digitamos para acessar sites.   

Por meio das APIs, é possível acessar dados de um sistema de forma estruturada para integrá-los em outros aplicativos, com outras interfaces, outras formas de navegação e experiências de marcas para os usuários.  

Pelo cronograma do Banco Central, o Open Banking deverá ser implementado no setor de investimentos até o final do segundo semestre de 2021. Para isso, os bancos irão disponibilizar APIs padronizadas para que fintechs ou outras empresas acessem as informações dos usuários, de forma segura, ágil e conveniente.  

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