Muitas reportagens, propagandas de instituições financeiras e até rankings são divulgados com frequência mostrando quais são as taxas de administração dos fundos de investimentos. Você deve ser bombardeados com essas informações que acabam induzindo a ver a taxa de administração como fator determinante na escolha dos fundos.
Com a taxa básica de juros em queda, muita gente acha que tem que comprar fundos de investimentos com taxas de administração menores, colocando muito foco nesse critério, sem se aprofundar em outros pontos importantíssimos para tomar decisões.
Geralmente, os investidores acreditam que se um fundo cobra mais do que o outro é um indício de que ele irá render menos. Sabemos que isso pode acontecer, mas está muito longe de ser uma regra.
O que é taxa de administração?
É a taxa de administração que remunera todos os serviços para funcionamento de um fundo. Ou seja, com esse recurso são pagas as atividades dos administradores, que é a instituição financeira que cuida da parte operacional e de controle do fundo; os gestores, que são os profissionais ligados à análise e às decisões de investimentos; os custodiantes que são responsáveis pela custódia dos títulos; os auditores, que avaliam aspectos contábeis e os agentes de distribuição de cotas do fundo.
As taxas de administração variam pela complexidade dos produtos financeiros que são administrados nas carteiras. Assim, os fundos mais conservadores têm taxas de administração menores do que os fundos, que envolvem análises e operações mais sofisticadas.
Como analisar os custos dos fundos?
É muito importante você saber que no Brasil, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, os fundos divulgam suas rentabilidades líquidas, já descontando as taxas de administração e de performance. Então, quando você olha os históricos de desempenho dos fundos, já está analisando a rentabilidade final que você terá, livre de todos os custos.
A análise de rentabilidade, para ser feita de forma eficiente e abrangente, pode ser realizada com o uso de uma ferramenta de comparação de fundos e também com o suporte de um assessor de investimentos. Para comparar as taxas de administração dos fundos é necessário primeiro separá-los de acordo com suas categorias, ou seja, aqueles que têm a mesma classificação e, em seguida, agrupá-los por fundos que tenham o mesmo objetivo de investimento e que usem os mesmos benchmarks ou indexadores. Por exemplo, um fundo de renda fixa deve ser comparado com outro exatamente do mesmo tipo. Por sua vez, um fundo de ações indexado ao Ibovespa com outro produto que segue essa linha. Lembrando que existem diversas subcategorias de fundos de renda fixa, ações, multimercados, cambiais, imobiliários etc.
O próximo passo é checar se o fundo cobra uma taxa de administração condizente com a média do mercado. Se a taxa estiver muito acima ou abaixo é sinal de alerta e você deve perguntar ao seu assessor o porquê desta diferença. O objetivo é descobrir se este custo acima ou abaixo da média do mercado tem uma explicação ligada à alocação de ativos que o administrador e o gestor colocam na carteira.
Para saber se um fundo está caro ou barato, você precisa observar o seu histórico de desempenho, analisando sua rentabilidade e volatilidade em relação aos outros fundos comparáveis e ver ainda se a relação entre o risco e retorno está alinhada com seu investimento.