Gestão de Carteiras

Como ter uma carteira diversificada?

A diversificação eficiente de uma carteira depende da análise do perfil e objetivos do investidor e da escolha de ativos descorrelacionados.


Muito se fala sobre a importância diversificação da carteira – essa é uma das principais regras para se ter bons resultados com investimentos. 

É fato que, em qualquer circunstância, “não se deve colocar todos os ovos no mesmo cesto” – ou seja, não se deve ficar exposto a um único tipo de risco. Além disso, a crise e a queda da taxa de juros reforçam a necessidade de diluir fatores de risco e, ao mesmo tempo, capturar oportunidades de ganhos, investindo em variados tipos de ativos. 

O passo a passo para uma carteira diversificada

A primeira etapa para montar uma carteira diversificada é fazer uma autoanálise, ou seja, conhecer o seu perfil de investidor – reconhecer a sua fase de vida, verificar os recursos disponíveis e periodicidade viável para aportes e aplicações, assim como  levantar os objetivos de curto, médio e longo prazos, a necessidade de liquidez e o nível de risco que você consegue suportar. Em diversos posts, temos discutido o quão fundamental é o suitability, que é justamente essa avaliação. 

O segundo passo é definir uma meta de rentabilidade anual e a alocação para atingi-la, que é a distribuição do seu dinheiro entre as classes ou categorias de ativos como X% em renda fixa, Y% em ações, Z% em fundos imobiliários, W% multimercados, K% em moedas estrangeiras etc. 

Depois, é preciso determinar em quantos ativos investir e escolher as melhores alternativas dentro desses grupos. 

 

Afinal, quantos ativos são necessários para uma carteira diversificada?

Existem diversos estudos e linhas adotadas por especialistas em finanças ou grandes investidores que falam  sobre a quantidade de ativos em uma carteira. Mas não há uma receita única ou uma fórmula. 

E é possível que um investidor que possui uma carteira com cinco ativos, esteja menos diversificada do que a de outro, com somente três ativos. Isso porque os cinco ativos podem ser quatro ações de companhias de um setor específico e um fundo que também está muito concentrado nesse mesmo segmento. Ou seja, tudo está ligado a um tipo de risco que é esse setor se dar mal e o portfólio como um todo sofrer perdas. 

Já o outro investidor pode ter duas ações de setores diferentes mais um fundo multimercado – o que significa riscos diversos e, assim, quando o desempenho de determinado ativo for negativo, os outros ativos podem compensar ou neutralizar essa baixa e, na média, se tem mais estabilidade no conjunto dos investimentos.

 

Por dentro da correlação dos ativos

Existe um conceito fundamental que você precisa saber para montar uma estratégia diversificada que é a correlação - medida estatística que mostra como os preços dos ativos se comportam ou se movimentam uns em relação aos outros.

O coeficiente de correlação varia entre -1 e 1. Quando a correlação é perfeita, esse indicador é igual a 1, o que significa que os ativos se comportam igualmente, ou seja, suas variáveis são relacionadas de forma idêntica. A correlação perfeita existe em tese, pois no mercado não acontece. Mas um exemplo de ativos altamente correlacionados são ações de duas companhias siderúrgicas.

Já quando a correlação é -1, quer dizer que os ativos se movimentam em diferentes direções. Também não existe no mercado algo que chegue exatamente a este extremo. Um caso clássico que demonstra uma forte descorrelação é que em momentos de crise costumamos ver o dólar se valorizar e a Bolsa cair. 

Para ficar mais claro, veja o esquema:

 

Como ter uma carteira realmente diversificada?

Montar uma carteira realmente diversificada é ter uma alocação que esteja de acordo com seu perfil de risco, que possa alcançar o nível de retorno desejado e que tenha ativos com baixa correlação. 

Buscar esse equilíbrio é a chave para ter bom desempenho com investimentos - e isso nem sempre é fácil para investidores como você. Mas você pode contar com a ajuda de um profissional como um agente, consultor, planejador financeiro ou gestor de patrimônio e também utilizar sistemas e ferramentas para usar nas análises de ativos e no controle da carteira. 

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