Gestão de Carteiras

Entrevistamos um AAI sobre a profissão e perspectivas desse mercado - Parte 1

Nós entrevistamos um agente autônomo sobre sua profissão e perspectivas para esse mercado. Confira a parte 1.


Como podemos ver nos últimos anos, a carreira de AAI tem crescido exponencialmente. E, para entender um pouco o que tem levado muitos profissionais a mudar de carreira para ingressar nesse mercado, conversamos com o Rafael Ramos, agente autônomo da Valor Capital, um dos vários escritórios credenciados XP. Hoje vocês acompanharão a primeira parte de nossa entrevista.

 

Conte um pouco sobre sua carreira.

Falando sobre carreira, comecei como estagiário, aos 18 anos, na Mesa de Operações Corporate na Tesouraria do Banco Santander. Após um ano e um mês, fui promovido à Sales Trader, para tocar uma carteira de clientes, na área de derivativos e renda fixa. Nos 9 anos de Tesouraria, atendi algumas praças, como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, interior paulista e Centro-oeste, Norte e Nordeste, e diversos setores. Isso me trouxe uma experiência bem completa no que diz respeito ao perfil de cliente. Após a Tesouraria, ainda no Santander, passei pela área comercial por três anos, como banker segmento de governos e instituições, onde a carteira era dividida em duas metades: setor público de modo geral e instituições, como por exemplo hospitais, redes de análises clínicas, laboratórios, entre outros. Lá fiquei até o final de 2020, quando tive oportunidade de mudar para a estrutura de Agentes Autônomos da XP, dentro da Valor Capital, onde hoje atuo como Head do time PJ para o estado de São Paulo e Minas Gerais.

 

Quais foram as motivações para sair de um banco e ir para a assessoria independente?

Essa troca de uma carreira que já estava estabilizada, se deve ao desejo de crescimento. As grandes empresas têm suas políticas de desenvolvimento de carreira e eu acreditava que poderia  entregar e receber mais, galgar novas posições e responsabilidades. E além disso, eu queria buscar esses movimentos em função de meritocracia, fazendo um bom trabalho, traçando uma relação ganha-ganha junto ao cliente, tendo ele em primeiro lugar.  Com base na minha experiência no mundo dos grandes bancos, acreditava que o modelo de atendimento aos clientes poderia ser feito de melhor forma, não apenas o colocando como meio de atingimento de metas, mas sim de focar naquilo que é melhor para ele. Então, é atuar nas suas dores e necessidades, tendo um relacionamento mais transparente, de longo prazo, onde efetivamente vou tratá-lo com uma visão de parceria. E isso eu tenho na assessoria independente.

 

Como acha que os assessores ajudam mais os clientes do que os gerentes de bancos?

Na minha visão, o modelo de assessoria trabalha de uma maneira muito mais próxima do cliente. É muito comum em grandes bancos, ter mudanças de gerentes de tempos em tempos. Até para ter uma oxigenação de carteira, e por conta de novos desafios dentro da mesma instituição. Mas isso pode afetar de maneira direta o relacionamento com o cliente. À medida que a cada dois ou três anos há essa troca, isso te impede de traçar relações mais duradouras. Quando falamos de assessoria, temos uma relação de sócios da empresa, então, o cliente tem uma certeza bem maior de que você vai continuar o atendimento, seja ele pessoa física ou jurídica, pelos próximos anos. Ter uma visão de longo prazo é a grande virada de chave e é o que faz o modelo de assessoria crescer há tanto tempo, sempre com margens expressivas.

 

Fiquem atentos à segunda parte da entrevista, que contará um pouco mais desse universo do agente autônomo e as perspectivas na opinião do nosso entrevistado a respeito da profissão.

 

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