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Fee fixo: alterações no modelo de cobrança dos escritórios de Agentes Autônomos

Escritórios de Agentes Autônomos revolucionam cobranças com adoção do modelo 'fee fixo', gerando impacto no mercado. Saiba mais sobre as alterações.


Recentemente, o Valor Econômico divulgou uma notícia que animou investidores, principalmente os do segmento de varejo de alta renda. A Monte Bravo, um escritório de agentes autônomos afiliado à XP, tornou-se a primeira grande instituição do segmento a adotar o modelo de cobrança “fee based” ou “fee fixo”.

Esse modelo implica na cobrança de uma taxa de administração sobre o patrimônio total gerenciado do cliente. Atualmente, a maioria dos escritórios de agentes autônomos é remunerada por comissões, ou seja, os profissionais recebem um percentual pela venda de produtos oferecidos pela instituição afiliada.

Essa mudança no modelo de remuneração é um marco importante, pois atende ao desejo de muitos clientes do segmento de alta renda de terem uma remuneração pré-acordada e mais transparente, que até então era mais comum na gestão de grandes fortunas. Além disso, essa prática segue o exemplo de outros países, como os Estados Unidos, onde estima-se que 80% dos clientes preferem o modelo de fee fixo. Essa alteração também está em conformidade com a Resolução CVM 179, publicada em fevereiro deste ano, que visa aumentar a transparência para os investidores em relação às taxas cobradas por cada ativo financeiro. Isso será feito por meio da divulgação das taxas nas plataformas das corretoras, distribuidoras e bancos, bem como pela elaboração de um extrato trimestral que apresentará os valores cobrados por essas instituições.

Como funcionam os modelos de remuneração?

As instituições financeiras, como corretoras, distribuidoras e bancos, atuam com escritórios de agentes autônomos, que ajudam a ofertar produtos disponíveis na plataforma. Os profissionais, por sua vez, costumam ser remunerados por meio de comissões e rebates, como percentuais da taxa de corretagem e da taxa de administração dos fundos, além de parte do fee dos CDBs.

Esse modelo de comissão se popularizou entre os escritórios de agentes autônomos pois esses profissionais não tinham a permissão de atuar como consultores de investimento, ou seja, recomendar ativos financeiros e definir alocações de portfólio. Por conta disso, eles não poderiam cobrar uma taxa sobre o saldo total da carteira, mas somente vender e explicar os produtos disponibilizados pelas instituições financeiras.

O tipo de remuneração mais comum é o fee fixo, que é uma taxa pré-acordada entre o cliente e o escritório, que incide sobre o patrimônio líquido da carteira. Essa taxa é representada por um percentual que costuma ser de 0,5% a 1% ao ano, e a taxa é provisionada diariamente (dias úteis) e cobrada mensalmente.

Nesse modelo, como o agente autônomo já é remunerado por meio do fee fixo, o cliente recebe de volta as comissões e rebates que foram cobrados, uma vez que esses valores estão embutidos nos preços dos produtos.

Mas então, qual dos modelos de remuneração é melhor?

A possibilidade de cobrança de uma taxa fixa surgiu a partir da demanda tanto dos clientes quanto dos agentes autônomos, como pode ser verificado nesta entrevista.

A principal crítica aos modelos de comissão e rebate é o conflito de interesse evidente. A existência de diferentes comissões para ativos cria um incentivo para os profissionais priorizarem a venda de produtos que pagam comissões mais altas, em vez de selecionar o produto mais adequado ao perfil do cliente. Em outras palavras, muitas vezes o agente autônomo acaba servindo aos interesses da instituição financeira em detrimento dos interesses do cliente.

Por outro lado, se o cliente optar pela remuneração fixa, começará a ser cobrado por ativos que antes tinham isenção de comissão, como o Tesouro Direto e o saldo em caixa.

Portanto, a melhor alternativa para o cliente dependerá de alguns fatores, como os ativos que irão compor a sua carteira e seu perfil como investidor. De qualquer forma, a transparência em relação às taxas cobradas do investidor é o fator mais importante, pois isso auxiliará o cliente na tomada de decisão.

Do ponto de vista do agente autônomo, a Smartbrain pode ajudar no cálculo e no controle das comissões/rebates e das taxas de administração. Conheça o sistema Enterprise para saber mais sobre nossas soluções.

 

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