Na década de 90, quando pouco se falava de assessoria de investimentos independente no Brasil, nasceu a Arbitral Finance. Seus sócios, ao verem que havia um gap na qualidade de atendimento dos bancos aos clientes dos segmentos de Alta Renda e Private, passaram a oferecer serviços personalizados. Mas foi a partir do movimento de “desbancarização” iniciado pela XP em 2015 e que ganhou corpo com outras corretoras e plataformas digitais de investimentos, que a Arbitral passou a avançar a passos mais largos. Nos últimos quatro anos, o volume de ativos sob gestão (AUM) cresceu a um ritmo de 50% ao ano.
Recentemente, a taxa Selic em patamar histórico mais baixo, tem ampliado a demanda pelos serviços de gestão de patrimônio. “Esse cenário de juros de um dígito aumentou a disposição dos investidores para conhecer novos produtos e tomar risco. Eles procuram profissionais especializados para assessorá-los na busca de alternativas”, afirma Rodrigo Menon, co-fundador da Arbitral Finance. Ele avalia que, desta vez, os juros estão em um dígito no Brasil de maneira estrutural, muito diferente de 2013, quando a Selic caiu artificialmente, por interferência política.
Há cerca de oito meses, a Arbitral se fundiu com a BWAG – Brazil Wealth Advisory Group. Segundo Menon, já há sinergias e a expectativa é ganhar ainda mais espaço no mercado. “Prevemos um crescimento mais robusto em 2019 e nos próximos anos. Os sócios da BWAG agregam expertise ao comitê de investimentos e contribuem muito com ideias e desenvolvimento de novos produtos”, ressalta Menon.
Entre os diferenciais da Arbitral Finance está o alinhamento de interesses, tanto que parte relevante dos recursos dos sócios está alocado em investimentos e produtos recomendados. Além disso, a remuneração dos consultores é um percentual do patrimônio administrado. “Trabalhamos com uma visão da totalidade do patrimônio dos clientes e entendemos cada detalhe das suas necessidades”, diz.
Os consultores recomendam as aplicações mais adequadas para as estratégias. Além de avaliar os produtos disponíveis no mercado, a Arbitral Finance conta com três fundos de fundos – Multimercados, Ações e Renda Fixa. “Isso representa maior diversificação entre gestores e estratégias e proteção nos momentos de alta volatilidade”, explica Menon.
Outro braço de atuação da Arbitral, que se soma às áreas gestão de patrimônio e de recursos, é a assessoria em fusões e aquisições, joint ventures, alianças estratégicas e reorganização financeira de empresas.
Em entrevista ao blog da Smartbrain, Rodrigo Menon, co-fundador da Arbitral Finance, disse que os resultados da pesquisa Big Data SmartBrain “Raio X dos investimentos dos segmentos Alta Renda e Private com base na assessoria independente” estão em linha com a conjuntura atual do País.
De acordo com o estudo, base de março de 2019, a alocação média dos grandes investidores é: os fundos multimercados representam 43,2% das carteiras; os fundos e títulos de renda fixa têm uma fatia de 33,7%, seguidos por ações e fundos de ações, com 13,7%. Depois, com menores participações aparecem os fundos de previdência, fundos imobiliários e outros.
Para Rodrigo Menon, o movimento para multimercados e renda variável acontece porque, com a redução da taxa básica de juros no País, é necessário correr mais riscos para obter maiores retornos nominais, sobretudo, compatíveis com os planos de aposentadoria. Outro fator é a perspectiva de melhoria da economia brasileira, devido a atuação de uma equipe econômica mais liberal e pró-reformas. Apesar das dificuldades do governo para articular politicamente a Reforma da Previdência, ele avalia que ela sairá, embora com a possibilidade de demora ou de ser desidratada. Até lá, persistirá a volatilidade no mercado financeiro. Menon lembra que hoje vigora cenário-base dos agentes do mercado de que a Reforma da Previdência deverá proporcionar uma economia entre R$ 600 bilhões e R$ 700 bilhões em uma década. O projeto anunciado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê uma economia de R$ 1,2 trilhão no período.
“Destravando a Reforma da Previdência, volta a confiança e a economia roda” destaca. Conforme ele, vigora a situação de hiato do produto, isto é, existe um grande potencial para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sem o risco de gerar inflação. Em outras palavras, a demanda está distante da capacidade máxima de produção.
Rodrigo Menon destaca que, no Brasil, os investidores precisam deixar de lado a cultura ainda muito curto-prazista. “Daqui para a frente, é fundamental um processo educacional dos investidores porque não adianta ficarem vendo as cotas dos fundos mês a mês. É fundamental ter um horizonte mais longo para a alocação de ativos, uma estratégia bem definida, e ir fazendo pequenos ajustes táticos”, conclui.